segunda-feira, 11 de maio de 2009



CAPÍTULO 2- O LIVRO DO AMOR (VIDA)



A FLECHADA DO ANJO


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ANJO NOTURNO




O discreto charme do grande anjo noturno;
abalo na projeção das águas,
o anuncio de saturno.

Discretas palavras, lembranças rasgadas;
mitos, sagas.
A lua fervente, minguante, crescente.

Pele de lobo temperando suas garras;
o menino que narra:
um ungido, um sussurro.
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O CORROMPER DA IMPERFEIÇÃO



Uma infinidade tão pavorosa,
que assola seres antepassados,
o corromper das trevas, o marinheiro perdido;
o assombrar dos assombrados.

O descobrimento de novas terras,
a faca que cravada em minhas entranhas,
mostra o caminho a ser percorrido.
O sarro bizarro, bicos de seios corrompidos.

A entrada da fresta, o ar fresco,
o ar que inalado me leva a lugares,
a lugares desconhecidos.

A escrita de um mandarim;
um negro africano tocando seus tambores;
a silhueta perfeita da pura imperfeição .

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PROFUNDA INTERRUPÇÃO


Face viva do total prazer;
beijo rasgado, o contrário que conduz,
e afoga em formas o templo do meu viver.

Dupla profundidade;
a eterna interrupção;
califa de sonhos nas pegadas.

Que se retiram,
com o soprar do vento,
morte súbita na oposição contrária.


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SARCÁSTICO DESEJO



No sopro de uma voz relicária,
brilha a nudez em jarros virgens,
que anunciam a chegada celeste.

Tromba de água que caem em luz;
jorro contrario, presságio na cruz;
sirenes em versos de jazz.

Corre suprema jaguatirica divina,
corre em pernadas, sangue de flechada,
corre sem falar, esperando a morte chegar.


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DESTINO


Na rocha bate o vento contra,
que fugaz desmonta,
sem o destino.

Na carne gótica,
esquifes no candeeiro;
paisana à Cingapura.

Raios pela pleura;
no desmonte a transição,
sentido sem distorção.

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ORÁCULO


Oráculo supremo, maligno, divino,
oráculo terreno, reduto de assassinos,
mucama que me enfeitiça com sua beleza divina;

mucama que mata minha sede com seu leite transparente;
oráculo sem destino, mucama que carrega seu menino,
mucama com seu oráculo assassino.

Tomando o rumo de seu caminho;
negra escrava, ama de leite,
sacia a sede do menino, jorrando do ventre seu leite.

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LUZES NO ESCURO BARCO


No ouriço da frota escura,
que baila nas águas supremas:
acordeão de seres incas.

Na embarcação aos orixás,
mulheres sensíveis ao sol;
ondas que cegam meus presságios.

Embarcação que paira no cosmo,
escarcéu de pérgulas flores;
a chegada Laura ao netuno.

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FLORES NO JARDIM DE ZEUS



Primavera sozinha luz;
na pérgula cúpula sétula,
que brilha no golfo sublime.

Na aragem facínora mãe;
que some aos gritos lascarim.
Deuses guerreiros ao vento.


Açucena pérgula azul;
que chora esculpindo na voz.
Jardim suspenso no silêncio.

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BAILARINA NA DANÇA DOS CISNES


Que dança no soprar,
penas brancas áspides águas,
nas pontas dos pés albatroz.

Carrega o cheiro perfumado;
em seus passos branquio oceânico,
que soluça içando infinitos.

Na música nórdico vício;
insondável cova secreta,
que agora foge pelo ar.

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2 comentários:

  1. E aí Rodrigo!
    Normalmente, não sou muito fã de poesia.
    Mas, abri uma exceção e posso dizer que gostei das suas! Continue firme! Um abraço,
    Renato César Ribeiro
    http://ocaminhantenoturno.blogspot.com

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  2. Sempre existe a 1ª vez>>>


    e viva os noivos!


    abrazo


    Ps: não vou fazer isto para todos, somente porque foram os primeiros>>

    Besos e energia positivas siempre!!

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