
A FLECHADA DO ANJO
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ANJO NOTURNO
O discreto charme do grande anjo noturno;
abalo na projeção das águas,
o anuncio de saturno.
Discretas palavras, lembranças rasgadas;
mitos, sagas.
A lua fervente, minguante, crescente.
Pele de lobo temperando suas garras;
o menino que narra:
um ungido, um sussurro.
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O CORROMPER DA IMPERFEIÇÃO
Uma infinidade tão pavorosa,
que assola seres antepassados,
o corromper das trevas, o marinheiro perdido;
o assombrar dos assombrados.
O descobrimento de novas terras,
a faca que cravada em minhas entranhas,
mostra o caminho a ser percorrido.
O sarro bizarro, bicos de seios corrompidos.
A entrada da fresta, o ar fresco,
o ar que inalado me leva a lugares,
a lugares desconhecidos.
A escrita de um mandarim;
um negro africano tocando seus tambores;
a silhueta perfeita da pura imperfeição .
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PROFUNDA INTERRUPÇÃO
Face viva do total prazer;
beijo rasgado, o contrário que conduz,
e afoga em formas o templo do meu viver.
Dupla profundidade;
a eterna interrupção;
califa de sonhos nas pegadas.
Que se retiram,
com o soprar do vento,
morte súbita na oposição contrária.
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SARCÁSTICO DESEJO
No sopro de uma voz relicária,
brilha a nudez em jarros virgens,
que anunciam a chegada celeste.
Tromba de água que caem em luz;
jorro contrario, presságio na cruz;
sirenes em versos de jazz.
Corre suprema jaguatirica divina,
corre em pernadas, sangue de flechada,
corre sem falar, esperando a morte chegar.
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DESTINO
Na rocha bate o vento contra,
que fugaz desmonta,
sem o destino.
Na carne gótica,
esquifes no candeeiro;
paisana à Cingapura.
Raios pela pleura;
no desmonte a transição,
sentido sem distorção.
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ORÁCULO
Oráculo supremo, maligno, divino,
oráculo terreno, reduto de assassinos,
mucama que me enfeitiça com sua beleza divina;
mucama que mata minha sede com seu leite transparente;
oráculo sem destino, mucama que carrega seu menino,
mucama com seu oráculo assassino.
Tomando o rumo de seu caminho;
negra escrava, ama de leite,
sacia a sede do menino, jorrando do ventre seu leite.
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LUZES NO ESCURO BARCO
No ouriço da frota escura,
que baila nas águas supremas:
acordeão de seres incas.
Na embarcação aos orixás,
mulheres sensíveis ao sol;
ondas que cegam meus presságios.
Embarcação que paira no cosmo,
escarcéu de pérgulas flores;
a chegada Laura ao netuno.
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FLORES NO JARDIM DE ZEUS
Primavera sozinha luz;
na pérgula cúpula sétula,
que brilha no golfo sublime.
Na aragem facínora mãe;
que some aos gritos lascarim.
Deuses guerreiros ao vento.
Açucena pérgula azul;
que chora esculpindo na voz.
Jardim suspenso no silêncio.
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BAILARINA NA DANÇA DOS CISNES
Que dança no soprar,
penas brancas áspides águas,
nas pontas dos pés albatroz.
Carrega o cheiro perfumado;
em seus passos branquio oceânico,
que soluça içando infinitos.
Na música nórdico vício;
insondável cova secreta,
que agora foge pelo ar.
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E aí Rodrigo!
ResponderExcluirNormalmente, não sou muito fã de poesia.
Mas, abri uma exceção e posso dizer que gostei das suas! Continue firme! Um abraço,
Renato César Ribeiro
http://ocaminhantenoturno.blogspot.com
Sempre existe a 1ª vez>>>
ResponderExcluire viva os noivos!
abrazo
Ps: não vou fazer isto para todos, somente porque foram os primeiros>>
Besos e energia positivas siempre!!